sexta-feira, 24 de maio de 2024

Folhas de outono e sad songs.


A estranha vontade de ouvir aquilo que faz doer o peito, como uma navalha que penetra a carne.

Essa dor que não é dor, mas faz sofrer.

Mas sofrer pelo quê e por quê?

Pensamentos flutuantes, lembranças de anos atrás trazidas por um álbum antigo e querido. 

Devaneios que vem e vão com indagações que se repetem em minha mente

 qual foi o momento? 
quando  os planos mudaram? 
quando o destino traçado se tornou em outro?

Quando deixei de ser interessante e insanamente apaixonada pelo impulso?

Repostas que nunca encontrarei, mas posso afirmar a veracidade de uma frase que certa vez ouvi:

"o mundo é cruel com os sonhadores"

Mas quem somos nós sem os sonhos? Apenas meros expectadores de nossos dias.

Ironicamente, as músicas tristes em vez de me fazer definhar nos devaneios e na busca por resposta sobre o ponto inicial da virada de rota da minha vida, sempre me abraçam como uma velha amiga que, sem julgamentos, me fazem lembrar dos impulsos até então adormecidos. 

 Da delícia de ser fogo.

sentir único de gozo e angústia.

 Então, me permito curtir o deleite que se apondera do meu corpo e... é, eu realmente gostaria de estar bebendo um vinho agora, mas de que adiantaria? 

Já estou bêbada de emoções.

Nada de novo para mais uma sexta à noite em casa, tendo como companhia as músicas melódicas que me aquecem um pouco do frio do outono.

E passam a me acolher das surpresas que esse outono trouxe, ao tempo em que começam a formar as novas lembranças que chegaram com ele.

Enquanto isso, uma nova frase se materializa e repete em minha cabeça:

"All I've got... All I've got is insane".

E a isso eu brindo, 

com a minha taça de vinho imaginária.