quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Cegueira tranquila

 


Paro pra pensar na sensação boa de se enganar

(in)conscientemente

quão fácil é abraçar a felicidade fugaz

os pensamentos tranquilos,

tudo como sempre se quis

tudo como sempre se esperou que fosse

tudo harmonioso como uma música que se gosta

feliz,

sem julgamentos,

Dar um tempo na loucura, na neurose, dúvida

Pausar o ardor do caos dos pensamentos que levam a um cenário hipotético (ou não)

Abdicar da insegurança pulsante

Feliz

Cega

Iludida

mas tranquila


momentaneamente.

 

 

na esquina da mente,

ele me espera

sorriso largo

achando cativante a ilusão onde eu (in)conscientemente me abriguei

feliz

cega

iludida

mas tranquila   

iludida.

 

Ele sabe

Eu sei

Ele, o caos, volta

sempre

forte.


sexta-feira, 24 de maio de 2024

Folhas de outono e sad songs.


A estranha vontade de ouvir aquilo que faz doer o peito, como uma navalha que penetra a carne.

Essa dor que não é dor, mas faz sofrer.

Mas sofrer pelo quê e por quê?

Pensamentos flutuantes, lembranças de anos atrás trazidas por um álbum antigo e querido. 

Devaneios que vem e vão com indagações que se repetem em minha mente

 qual foi o momento? 
quando  os planos mudaram? 
quando o destino traçado se tornou em outro?

Quando deixei de ser interessante e insanamente apaixonada pelo impulso?

Repostas que nunca encontrarei, mas posso afirmar a veracidade de uma frase que certa vez ouvi:

"o mundo é cruel com os sonhadores"

Mas quem somos nós sem os sonhos? Apenas meros expectadores de nossos dias.

Ironicamente, as músicas tristes em vez de me fazer definhar nos devaneios e na busca por resposta sobre o ponto inicial da virada de rota da minha vida, sempre me abraçam como uma velha amiga que, sem julgamentos, me fazem lembrar dos impulsos até então adormecidos. 

 Da delícia de ser fogo.

sentir único de gozo e angústia.

 Então, me permito curtir o deleite que se apondera do meu corpo e... é, eu realmente gostaria de estar bebendo um vinho agora, mas de que adiantaria? 

Já estou bêbada de emoções.

Nada de novo para mais uma sexta à noite em casa, tendo como companhia as músicas melódicas que me aquecem um pouco do frio do outono.

E passam a me acolher das surpresas que esse outono trouxe, ao tempo em que começam a formar as novas lembranças que chegaram com ele.

Enquanto isso, uma nova frase se materializa e repete em minha cabeça:

"All I've got... All I've got is insane".

E a isso eu brindo, 

com a minha taça de vinho imaginária.