A vilania me pertence
ou me é imposta?
Palavras que ouço dizem que sou, mas meus sentidos falam que não é bem assim.
no impulso e na verdade do que se sente, sem delongas.
Paro pra pensar na sensação boa de se enganar
(in)conscientemente
quão fácil é abraçar a felicidade fugaz
os pensamentos tranquilos,
tudo como sempre se quis
tudo como sempre se esperou que fosse
tudo harmonioso como uma música que se gosta
feliz,
sem julgamentos,
Dar um tempo na loucura, na neurose, dúvida
Pausar o ardor do caos dos pensamentos que levam a um cenário hipotético (ou não)
Abdicar da insegurança pulsante
Feliz
Cega
Iludida
mas tranquila
momentaneamente.
na esquina da mente,
ele me espera
sorriso largo
achando cativante a ilusão onde eu
(in)conscientemente me abriguei
feliz
cega
iludida
mas tranquila
iludida.
Ele sabe
Eu sei
Ele, o caos, volta
sempre
forte.
A estranha vontade de ouvir aquilo que faz doer o peito, como uma navalha que penetra a carne.
Essa dor que não é dor, mas faz sofrer.
Mas sofrer pelo quê e por quê?
Pensamentos flutuantes, lembranças de anos atrás trazidas por um álbum antigo e querido.
Quando deixei de ser interessante e insanamente apaixonada pelo impulso?
Repostas que nunca encontrarei, mas posso afirmar a veracidade de uma frase que certa vez ouvi:
"o mundo é cruel com os sonhadores"
Mas quem somos nós sem os sonhos? Apenas meros expectadores de nossos dias.
Ironicamente, as músicas tristes em vez de me fazer definhar nos devaneios e na busca por resposta sobre o ponto inicial da virada de rota da minha vida, sempre me abraçam como uma velha amiga que, sem julgamentos, me fazem lembrar dos impulsos até então adormecidos.
Da delícia de ser fogo.
O sentir único de gozo e angústia.
Então, me permito curtir o deleite que se apondera do meu corpo e... é, eu realmente gostaria de estar bebendo um vinho agora, mas de que adiantaria?
Já estou bêbada de emoções.
Nada de novo para mais uma sexta à noite em casa, tendo como companhia as músicas melódicas que me aquecem um pouco do frio do outono.
E passam a me acolher das surpresas que esse outono trouxe, ao tempo em que começam a formar as novas lembranças que chegaram com ele.
Enquanto isso, uma nova frase se materializa e repete em minha cabeça:
"All I've got... All I've got is insane".